Por Alan Ferreira
Existe muita discussão em torno deste aspecto, e entre dúvidas e insegurança, uma constatação: os nossos coreógrafos ainda não sabem o que vem a ser a dificuldade técnica ou, se sabem, não apresentam intimidade com ela.
Nas apostilas o assunto é comumente tratado como a dificuldade colocada nos movimentos para que estes não fiquem simples demais. No entanto, é conveniente analisar tudo que está em torno desta premissa. Por isso, entendemos que dificuldade técnica é todo desafio técnico proposto ao indivíduo ou ao grupo que executa uma tarefa coreográfica. Inclui-se então nessas tarefas variações de marcha, situações de evolução, movimentação do adereço, movimentação sincrônica, ou seja, graus de dificuldade impostos dentro de outros aspectos diretamente relacionados à coreografia.
Não podemos fazer confusão com as notas. Tomemos a marcha como exemplo: a nota de marcha será emitida observando-se movimentação de pernas e pés, anatomia (respeito aos eixos corporais), sincronia... Digamos então que o coreógrafo utilize como artifício de enriquecimento coreográfico, sequências de variações e batidas. Neste caso, o avaliador deverá estar apto a analisar os pontos referentes à marcha e ao desafio proposto àquele grupo naquela movimentação.
A relação entre os aspectos de avaliação perdura em toda a coreografia. A emissão da nota depende do olhar apurado do avaliador aquele movimento. No caso descrito acima teríamos as seguintes reflexões sobre tais aspectos, não necessariamente nesta ordem:
a) A análise da marcha, pela manutenção, energia, anatomia, sincronia e retomada da mesma;
b) Da dificuldade técnica proposta pelo desafio imposto ao grupo no movimento;
c) Da criatividade na composição dos movimentos e sua incorporação na coreografia e na música... Entre outros.
Como podemos ver, um movimento infeliz compromete a coreografia muito mais do que imaginamos, refletindo nas notas de outros aspectos.
O maior erro em relação à dificuldade técnica está em achar que lançar bandeiras ou impor exercícios não convencionais pode alcançar uma boa nota. Logicamente, que o movimento bem executado ajuda, mas do contrário...
A análise da dificuldade técnica se dá em partes. Num primeiro momento, observa-se o grau de dificuldade imprimido naquele movimento. Em seguida, o domínio da técnica pelo grupo. Observam-se ainda aspectos de execução e conclusão do movimento: efeito visual, sincronismo e recuperação. Somente após uma reflexão sobre a técnica executada e seus resultados é que a nota de dificuldade é emitida.
Para que tudo o que foi dito fique mais claro, seguem algumas dicas que podem ajudar na manutenção da dificuldade técnica no seu grupo:
1. Treino é o segredo!
Movimentos com boa dificuldade técnica são resultados de muito treino. As novas técnicas devem ser apresentadas de forma pedagógica, deixando clara a total possibilidade de execução por todo o grupo. Faça sessões de treino isolando o movimento possibilitando ajustes na execução. Só incorpore-o à coreografia após total domínio por todos os indivíduos. A homogeneidade do movimento só é alcançada com muito treino.
2. Aceite as limitações do seu grupo.
A escolha das dificuldades propostas deve considerar a atual habilidade dos indivíduos. Se você tem pouco tempo para treinar, opte por movimentos mais simples. Se o grupo não consegue dominar a técnica apresentada, é um sinal que ainda não está pronto para executá-la. Pesquise exercícios de coordenação motora e domínio do campo visual, e depois, tente novamente.
3. Busque técnicas em outras fontes.
Não existem regras para a exploração dos movimentos. Importe técnicas de outros campos artísticos; artes circenses, ginástica rítmica, colorguards... São exemplos de bons campos de pesquisa. Adapte essas novidades aos critérios de marcialidade encontre a melhor maneira de execução para seus alunos.
4. Seja estratégico!
A dificuldade técnica é apenas um de dez aspectos avaliados. Se o seu grupo não apresenta um alto nível de dificuldade nos movimentos, explore abundantemente os outros nove aspectos. É muito comum vermos CC com dificuldade técnica simples, mas compensam em garbo, alinhamento, marcha, e outros itens. Isso funciona perfeitamente e pode ser a saída para uma excelente apresentação. Então, não precisa ficar frustrado porque o seu concorrente joga o bastão com freqüência, eles podem não ser bons no que é mais simples.
A escolha das dificuldades propostas deve considerar a atual habilidade dos indivíduos. Se você tem pouco tempo para treinar, opte por movimentos mais simples. Se o grupo não consegue dominar a técnica apresentada, é um sinal que ainda não está pronto para executá-la. Pesquise exercícios de coordenação motora e domínio do campo visual, e depois, tente novamente.
3. Busque técnicas em outras fontes.
Não existem regras para a exploração dos movimentos. Importe técnicas de outros campos artísticos; artes circenses, ginástica rítmica, colorguards... São exemplos de bons campos de pesquisa. Adapte essas novidades aos critérios de marcialidade encontre a melhor maneira de execução para seus alunos.
4. Seja estratégico!
A dificuldade técnica é apenas um de dez aspectos avaliados. Se o seu grupo não apresenta um alto nível de dificuldade nos movimentos, explore abundantemente os outros nove aspectos. É muito comum vermos CC com dificuldade técnica simples, mas compensam em garbo, alinhamento, marcha, e outros itens. Isso funciona perfeitamente e pode ser a saída para uma excelente apresentação. Então, não precisa ficar frustrado porque o seu concorrente joga o bastão com freqüência, eles podem não ser bons no que é mais simples.
A maioria dos corpos coreográficos do Pará tem problemas de formação e manutenção dos eixos. É uma deixa para que você trabalhe este aspecto em função de uma possível deficiência técnica dos movimentos.
Espero que o artigo ajude.
Boa Sorte!
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adorei essa materia!!!
ResponderExcluirmuito bom o artigo, deixa bem claro, de forma muito didática o que é necessário para um bom corpo coreográfico!!!
ResponderExcluir- Amei o Artigo, ajudou muito Alan !
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