domingo, 22 de agosto de 2010

BLZ - BALIZAS

Independente da nomenclatura, balizas, balizadores ou balizas masculinos sempre são um show a parte. Têm a função de anunciar a corporação musical e de estabelecer uma relação de carisma entre banda e público. Para isso, vale tudo! Ou melhor... Quase tudo... Uma boa baliza apresenta a maior gama de habilidades e conhecimentos possíveis para deixar sua apresentação atrativa. E entre danças, ginásticas, contorcionismo e outras artes, o importante é chamar a atenção. Mas isso deve ser feito com bastante cuidado.
Ocasionalmente, vemos apresentações pra lá de bizarras por pura falta de informação. No Pará por exemplo, onde o acesso à informação ainda é muito problemático, meninas que até têm potencial para o posto demonstram total desconhecimento da função. Por isso, postaremos uma série de artigos com noções básicas para o desenvolvimento do trabalho da balizas. Os postes serão identificados pela sigla BLZ, e esperamos contribuir de forma significativa para as balizas e balizadores iniciantes do estado.

DEFINIÇÕES
São elementos da linha de frente das corporações musicais responsáveis por anunciar a corporação ao público e manter uma relação de carisma entre os dois.
O nome remete ao bastão utilizado pelas balizas com o intuito de atrair a atenção dos espectadores para a chegada daquela corporação. No dicionário encontramos:


ba.li.za sf. 1. Estaca ou objeto qualquer que demarca um limite. 2. Marca, sinal. (...) 7. Vara ou bastão que o soldado aciona em movimentos rítmicos à frente de bandas de música (...) 9. Pessoa que faz evoluções acrobáticas, manejando um bastão, à frente de certos desfiles.

Fonte: Aurélio Século XXI, Dicionário da língua Portuguesa.

Daí a obrigatoriedade, na maioria das competições, do uso do bastão durante o deslocamento de entrada.
Existe uma grande discussão em relação a essa nomenclatura. Utilizaremos aqui as formas mais comuns em todo o Brasil: “baliza e balizador.”

Aspectos gerais sobre BALIZAS

UNIFORMIDADE
Por questões de funcionalidade, a baliza tem uma liberdade maior para compor seu uniforme. Apesar da obrigação de manter as cores da corporação, ele pode conter enfeites e brilho, tudo para atrair a atenção dos espectadores, como já dissemos. No entanto, isso deve ser feito com bastante senso de marcialidade. O uniforme, assim como o do Mor, não pode se tornar uma “fantasia”. Os acessórios contidos nele não podem comprometer nenhum movimento. Em geral, utilizam-se normas estabelecidas para a uniformização de outras áreas artísticas, como exemplo, o balé ou a ginástica. Assim, evitam-se decotes, cavas, transparências bem como grandes adereços na cabeça e nos ombros.
Uma questão importante se dá na utilização das “botas”. O fato é que elas não permitem ao avaliador visualizar as articulações dos pés (pontas e calcanhares), comprometendo o aproveitamento da baliza. A melhor opção ainda são as sapatilhas.
Mas para quem não quer perder o charme que as botas aderem ao uniforme, a opção é a adaptação das botas para jazz (com ou sem stretch). Elas são botas que permitem executar sem problemas os movimentos da ponta, meia-ponta e calcanhares.

GARBO E APRESENTAÇÃO
Diferente do resto da corporação, as balizas e balizadores estão livres da forma séria e fechada inerentes a marcialidade. Seus movimentos devem ser suaves e elegantes durante toda a apresentação. É muito comum presenciarmos apresentações onde a baliza esquece o seu compromisso com o carisma e passa tristemente a desempenhar um papel de ginasta. Lembramos que as balizas são avaliadas quanto a sua presença em cena e seu desempenho no espaço de apresentação. Vale ressaltar que uma apresentação previamente ensaiada contribui para a beleza estética da mesma. Então, nada de improvisar a coreografia na hora. Acredite: o seu avaliador vai notar!!!

ADEREÇOS
Os adereços ou aparelhos utilizados devem ser muito bem incorporados a coreografia. Para isso, conhecer profundamente todas as possibilidades de uso desse material é extremamente importante. Qualquer objeto que contribua para o enriquecimento cênico e visual é permitido. São muito utilizados os aparelhos de ginástica rítmica com a errônea idéia de obrigação de uso do mesmos. Logicamente, um bom desempenho com esses aparelhos contribui imensamente para a apresentação, mas a falta do conhecimento das técnicas corretas acabam por atrapalhar muito. Então, se você não conhece as normas de manuseio dos aparelhos de GRD, opte por outros materiais como bandeiras, leques... Explore bastante esse material e você terá bons resultados.

MOVIMENTOS ACROBÁTICOS
Movimento acrobático é o resultado da associação de dificuldades (saltos, flexibilidade, equilíbrio...) produzindo um movimento com habilidade de efeito e perícia. São exemplos: estrela, mortal, flic flac... Os movimentos acrobáticos devem respeitar as técnicas corretas de qualquer modalidade (GRD, GA, capoeira...) Por isso, estudar muito é imperativo.


DICAS

Passadas algumas idéias básicas, vamos a caracterização e algumas dicas sobre adereços. Sempre que possível teremos fotos e vídeos para auxiliar nossa compreensão.
Antes, gostaria de agradecer imensamente a contribuição pessoal de dois grandes profissionais das bandas e fanfarras, que veremos frequentemente por aqui. :



ROBERTA DE MESCOUTO: Baliza desde os 9 anos de idade com inúmeros títulos estaduais e nacionais, ginasta, bailarina, monitora de Ginástica Rítmica Desportiva (GRD), acadêmica da primeira turma do curso de Licenciatura Plena em Dança, da Universidade Federal do Pará.





JÚNIOR LIEUTHIER: Precursor nas práticas de balizador no estado do Pará, detém inúmeros títulos estaduais e nacionais e é hoje, por suas conquistas, referência no meio das bandas e fanfarras paraenses.



Deixo aqui o meu “Muito obrigado!”




O BASTÃO

Dentre todos os aparelhos utilizados pelas balizas, é este o único “obrigatório”.
Trata-se de uma haste que contém em suas extremidades pequenos pesos com o objetivo de estabelecer o ponto de equilíbrio central do adereço. Esses pesos também contribuem para a manutenção dos movimentos de rotações do mesmo.
O seu tamanho varia de acordo com a estatura do indivíduo. O ideal é que seu comprimento não comprometa seus movimentos.
Para ficar claro, tomemos o centro do adereço como referência. Aconselha-se que sua metade não ultrapasse muito a articulação do antebraço, como vemos na foto:



Alguns movimentos são básicos para o manuseio do bastão. Como as rotações que podem ser com uma mão, com duas, frontal, vertical horizontal e etc.



À esses movimentos pode-se associar dificuldades como lançamentos, equilíbrio, saltos e flexibilidade, valorizando a proposta com o objeto. Abaixo temos um vídeo com uma mostra do trabalho desenvolvido com o bastão durante a entrada.





Dicas simples, mas que podem fazer a diferença na sua apresentação.

4 comentários:

  1. vou ser balizador ano que vem gostaria que vcs me dessem algumas dicas.

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  2. olá, sou baliza desde 2011... moro na paraíba e aqui as coisas são um pouco diferentes... minha banda é marcial é so toca dobrados e cadencias.. meu bastão é bem enfeitado e um pouco maior.... queria que você me desse umas dicas de como encrementar coisas na minha apresentação que fosse deixar os espectadores de queixo caido. ps: eu uso os seguintes instrumetos fita, bastão e leck...
    eu gostaria e usar a bola e o arco mas tenho que ter uma roupa que me de movimentos para executar isso... gostaria da ajuda de vocês. abraço;

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  3. Sou balizador apouco tempo preciso destas dicas

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