terça-feira, 6 de março de 2012

CC – Por que não as armas?

Por Alan Ferreira


É muito interessante ver as linhas de frente cruzando suas espadas, lançando seus rifles, girando suas lanças... Pelo menos era interessante quando se podiam usar tais adereços. Há alguns anos a discussão segue e não há previsão de mudanças.


A proibição desses elementos pela CNBF tinha o intuito de proteger a integridade física dos participantes dos eventos, no entanto a medida virou moda na maioria dos concursos.
No Pará, ela nunca foi bem vista. A própria Associação Musical da Amazônia já se colocou contra a decisão e por várias vezes tentou derrubar esse artigo, por enquanto sem sucesso. Assim a regra segue sem uma fundamentação convincente.
Para os coreógrafos um aspecto é extremamente relevante: com a medida a criatividade passa a ser mais importante do que nunca, pois a busca por novos adereços e efeitos visuais deve ser constante. Assim, se tornou comum o uso de cores fortes e ênfase nas coreografias em bloco. Mas com o tempo essa moda congelou. O que poderia aguçar a criatividade dos coreógrafos acabou por gerar um comodismo repetitivo. Associadas a febre das “colorguards” aparentemente só restaram as bandeiras, os marfins e alguns bastões para as corporações cujos corpos coreográficos mostram que “criatividade não é prioridade”.
Entre todos os aspectos da proibição a mais significativa está relacionada com a identidade fundamental do movimento. A palavra “marcialidade” está presente no nosso cotidiano devido à relação direta das corporações escolares com as bandas militares. Estas nasceram nos quartéis e tiveram os instrumentos adaptados para que o grupo pudesse marchar enquanto tocava. Na transposição das atividades para o meio estudantil herdamos rotinas e características militares, ou seja, “marciais”. Então, se temos essas raízes, proibir manifestações marciais nos parece, no mínimo, contraditório.
Perdemos assim, parte da galhardia militar e aos poucos os grupos saem do campo marcial para o de estética livre, influenciados pelo ballet clássico e contemporâneo. Em alguns estados do nordeste e centro-oeste ainda vemos o uso de escudos, lanças, espadas... Mas também estão fora do circuito nacional ou precisam sempre adaptar-se as normas da confederação.

A palavra é “marcial”...
Este é um adjetivo que se refere a atividades militares em geral: porte marcial, banda marcial, atitude marcial. Essa palavra se origina do nome de um deus grego "Mars" ou "Marte", que geria a guerra com todas as suas consequências desagradáveis. Um deus que tinha uma biga puxada por dois cavalos furiosos: Medo e Terror (em Grego, Fobos e Deimos). Esse é o nome das duas luas do planeta Marte. Esse planeta da cor do sangue era associado ao deus muito antes de se desconfiar que ele tinha dois satélites.




E qual é a sua opinião sobre o assunto?
Você é a favor da volta das armas?
Na continuidade da proibição, qual a saída para os corógrafos?
Comente!!!

6 comentários:

  1. Acho q no pará não tem pq as comissões não usar as armas. O unico concurso q tem fundamento (discutível)para essa questão é a ama. E o evento nem é lá essas coisas.A gente ica limitado a essas bandeiras e agora o marfim e airblad. Sem graça.lembro dos escudos do cepc as comissões tinham mais galhardia e garbo.marchavam mais e pulavam menos. hj só rodam bandeira. o concurso de marituba podia liberar... ía ser um bom exemplo para os demais seguirem...
    ass: Miguel

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  2. Quem dera q as armas voltassem a ser utilizadas. Seria muito bom mesmo, sairíamos da mesmice. Deixa eu adivinhar: em 2012 as novidades serão as bandeiras coloridas, bastões pra jogar, as bandeiras coloridas,outra coisa pra jogar e mais bandeiras coloridas. Aff, nínguém merece!! Os coreógrafos do pará não sabem criar mesmo.eles tem priguiça d pensar...

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  3. Na verdade a palavra a se utilizar devería mesmo ser EXPLORAR.
    Sería muito bom poder usar armas, mas com criatividade pode-se aludir e transformar uma arma própriamente dita em adereço vai da concepção dos jurados.
    Estamos evoluíndo cada vez, claro que sempre alguém tem que inovar para depois renovar.

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    1. Meu caro amigo... A Evolução não pode trazer a extinção... Hoje como publicado na matéria acima vê-se que o limite confunde e trouxe uma pobreza da arte como nunca foi vista antes... As Bandeiras e a questão "Collor Guard" limitou e muito.
      Primeiro que as Druns e Brass Corps em seus fortes MUDANÇAS DE DESENHOS COREOGRÁFICOS o que aqui no Brasil ficaram com apenas os acessórios e bem limitados e com extrema falta de noção e busca da realidade...

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  4. Olá Queridos..

    Primeiro gostaria de parabenizar pela matéria aqui esposta, de muito avalia.

    Sou Coreógrafo em São Paulo, e aqui temos o mesmo problema. Em discussão em alguns concursos que acabaram por aderir a esta "limitação" fui em busca de respostas sob a Lei Nacional o que não encontrei nenhuma resposta sobre, até porque utilizamos para fins Artisticos o que também não cabe o ECA que não agride de forma alguma uma criança ou adolescente cabendo isso como desculpas... estamos entrando em um grande conflito e inclusive com decisões judiciais e gostaria de pedir apoio. Meu Nome é Marcio Araujo. Caso haja interesse dos mesmos em ir a Âmbito Nacional fico a disposição, pois estamos nos unindo aqui em São Paulo para tal empreitada..
    Meu email para contato
    marciosouza_a@hotmail.com

    Att,

    Márcio Araujo

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    1. Olá Márcio,
      Meu nome é Alan Ferreira, e pesquiso cc há algum tempo.
      Acredito que o problema mesmo não está em "limitação" ou na "proibição". Assim como o caso dos balizas masculinos, o obstáculo está na "vaidade e arrogancia" de alguns personagens que, infelizmente, decidem sobre a nossa arte. Sinto que há uma omissão em pesquisa e compromisso pedagógico nas entidades dirigentes da categoria, por exemplo: não seria muito mais eficaz um trabalho múltuo de educação postural aos balizas masculinos do que simplemente excluí-los da atividade? Não seria melhor conscientizar os atuantes dos cc's sobre o fundamento da utilização das estilizações das armas no contexto artístico? Bem, é muito mais fácil para as federações proibirem logo (sem consulta e discussão) as possibilidades. Afinal, quem dessas diretorias e assessorias (que inacreditavelmente possuem diplomas e se dizem viajadas e pesquisadoras)vai perder tempo num projeto de pesquisa se elas podem muito bem proibir e acabou? Conte conosco para todo apoio. Abraços.

      Alan Ferreira

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