quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CC: Quando o problema é ritmo...

Por Alan Ferreira

Modéstias à parte, nós das linhas de frente sempre garantimos o show numa apresentação. Bandeiras em constante movimento e bastante elegância roubam a atenção do público, surpreendendo com mudanças de formas e inesperados efeitos visuais que colorem e contagiam o espaço. No entanto, nem tudo é só “visual”. É notável nos últimos eventos o descompromisso com alguns aspectos importantes nos corpos coreográficos, principalmente nas competições. Um deles é o “ritmo”. E, em tempos de campeonato, é imperativo dominar essa propriedade chave da materialização do som.

O grande problema dos nossos coreógrafos é a mecanização dos movimentos, ou seja, a movimentação dos aparelhos desprezando-se as características da musica executada. Em alguns casos, temos a impressão de que aquela coreografia não pertence àquela música. Sabemos que algumas situações podem contribuir para uma ausência de ritmo nas composições, um exemplo são as repentinas mudanças de repertório das nossas corporações.

Existe também um fator muito preocupante na nossa região: as modas coreográficas que enfestam as corporações e limitam a criatividade dos coreógrafos promovendo uma “mesmice” a cada apresentação. As formas, sequências de giros de bandeira, lançamentos de bastão, variações de marcha... Tudo isso é transportado sem o conhecimento da técnica correta, sem treinamento, prejudicando vários aspectos, entre eles o ritmo.

É impressionante notar nas coreografias atuais que a preocupação com o visual promove um descaso com aspectos tão importantes como o ritmo. É importante ressaltar que esses quesitos valem 10 pontos e fazem muita diferença nos resultados.

Por isso, seguem algumas dicas para ajudar nossos coreógrafos na manutenção do ritmo. Lembro que todas as dicas partem dos princípios de avaliação, ou seja, do que os julgadores esperam ver nas apresentações, por isso bastante atenção em tudo.

Respeite as propriedades da musica

Antes de partir para a montagem prática dos movimentos, o coreógrafo deve ver a sua composição como a própria musica. Propriedades da peça musical devem estar presentes na no seu trabalho como: pausas, ataques, pulsações, volume... Tudo isso confere particularidade à coreografia.

A relação entre musica e movimento pode ser decisiva numa competição. Se duas corporações executam as mesmas peças, naturalmente aquela que preservar mais as características harmônicas receberá maior nota. Assim:

· Diferencie coreograficamente os atos musicais, estabelecendo para tempos fracos movimentos mais amenos e para tempos fortes mais energia e força.

· Estilos de movimentação podem ajudar a diferenciar ritmos. Por exemplo, movimentos mais retos e quadrados para um ato mais percussivo e movimentos circulares para um ato de predominância melódica.

· Aproveite as variações de volume e tons da peça. Se um ato da musica é executado em tons graves ou fraca (quando a musica está “baixinha”) os movimentos podem ser mais contidos e abaixo da área da cintura. Se há uma progressão crescente no volume e nos tons a coreografia pode ganhar dinâmica e amplitude.

· Não desperdice nenhum ataque de pratos, pausas na musica, explosões dos bumbos. O aproveitamento desses detalhes da musica demonstra preocupação com o ritmo. Exemplo: movimentos longos para notas prolongadas, movimentos breves para notas muito divididas e etc...

· Encaixe as variações de marchas nos momentos certos. Saltos, batidas duplas, marcações de pontas podem expressar muito bem características percussivas e dão charme à coreografia.

· Explore os timbres da peça tocada. Um tipo de movimentação ou um adereço para cada instrumento executado pode gerar um efeito visual rítmico impressionante. Neste caso, a preocupação com a harmonia dos movimentos deve ser redobrada. Mas vale a pena tentar.

O ritmo é o aspecto mais importante dentre os critérios coreográficos e atribui identidade à composição. O jurado não pode ter duvidas se aquela sequência de movimentos foi criada exatamente para aquele ato, ou se ela está sendo reaproveitada de outra coreografia. Em muitos casos, as séries são importadas de outras situações sem ao menos serem adaptadas àquela realidade. Muitos as retiram de vídeos de colorguards e as inserem totalmente alheias a proposta musical. São seguimentos e seguimentos de coreografia sem a mínima harmonia musical. Repito: “visual” nem sempre é tudo!

Por isso, repasse a sua coreografia. Analise cada ato, cada sequência. Reveja os exageros, suas deficiências e a dinâmica da movimentação. Execute a coreografia com a música apenas na sua mente. Isso ajuda a detectar problemas técnicos de ritmo.

Siga todas as dicas e boa sorte!

DICA DE SITE PARA ESTUDO

Arte da música: Se você não tem conhecimento de teoria musical e achou difícil entender as questões expostas acima, segue o link de um excelente site para estudo. Lá você vai encontrar de forma bem didática, explicações com exemplos sobre teoria musical, em especial no link, sobre as propriedades da música:

http://artedamusica.com.br/?p=95

DICA DE VIDEO PARA ESTUDO

O vídeo abaixo é um excelente exemplo de precisão rítmica. Lembramos que as “color guards” não têm compromisso com aspectos marciais presentes no nosso estilo, mas serve para ilustrar perfeitamente a exploração rítmica de uma musica. Para ajudar, segue abaixo uma lista de observações baseadas nos que vimos neste artigo como forma de exemplificar na prática essas noções.

0’34”- Marcação do inicio de um novo ato com lançamento de sabres.

1’03”- Marcação da explosão melódica com lançamentos da bandeiras.

1’21”- Marcação do prolongamento decrescente da nota cantada com leve pausa no final.

1’37”- Marcação da progressão crescente com pausa.

2’07”- Marcação de nota de voz com pequeno salto

2’22”- Exploração da variação de timbre.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Intermunicipal de Ulianopolis - Resultados

O 5º Intermunicipal de Bandas e Fanfarras de Ulianópolis, que ocorreu no ultimo sábado, encerrou nossa temporada de concursos de forma organizada e tranquila. As mais de 20 bandas presentes puderam participar de um evento que teve horários respeitados e certificação de participação para todas as corporações. O certame teve como único imprevisto o resultado das Fanfarras tradicionais onde um erro de digitação alterava a classificação dos segundo e terceiro lugares. Equívoco já corrigido pela organização do concurso. Veja abaixo a classificação final das corporações no evento que teve como a Campeã Geral a Corporação Irene Titan, de Castanhal - PA:





*A organização do Concurso manteve o trófeu do segundo e terceiro lugares anunciados (FANMU e Latif Jatene, respectivamente) e declarou AIP de paragominas como Vice-Campeã.








terça-feira, 4 de outubro de 2011

Intermunicipal de Bandas e Fanfarras de Ulianópolis


O 5º Intermunicipal de Bandas e Fanfarras de Ulianópolis encerra os certames dentro do estado, o último antes do paraense acontece no dia 15 de outubro, na Praça Almir Gabriel, Centro de Ulianópolis, sob a Coordenação da Prefeitura de Ulianópolis através da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo - SECULT.
A novidade deste ano está na premiação em dinheiro que será dada aos vencedores de cada categoria, com premiação especial para o campeão geral do concurso, ressaltando que para participar não há cobrança de taxa de inscrição.
Para o evento já estão inscritos mais de 25 corporações, em 07 categorias, dos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Castanhal, Paragominas, Mãe do Rio, Bragança, Capitão Poço, Dom Eliseu, Barcarena, Nova Esperança do Piriá e também do Estado do Maranhão.
Maiores informações e inscrições no telefone da SECULT (91) 3726-1650 ou secult.ulianópolis@hotmail.com falar com o Diretor de Cultura Helder Viegas.